sábado, fevereiro 11, 2012

70000 tons of METAL 2012, agora sim.







Então, de volta ao cruzeiro, enquanto as lembranças estão fresquinhas aqui na minha cabeça. Sou meio desmiolada, então é bom não arriscar, que nem fiz na resenha do ano passado, que deixei pra depois e esqueci de continuar... É foda ser loira.



Primeiro, um resumo rápido do que é o 70 000 Tons Of Metal:

É um festival que dura cerca de 4 dias, que acontece num transatlântico, e tem um lineup de 40 bandas de metal dos mais diversos gêneros (thrash, folk, melódico, black, death, doom, industrial, sei lá mais o que), cada uma fazendo 2 shows no navio. O navio sai de Miami, vai até alguma ilha no Caribe e volta. Ou seja: é o cruzeiro do metal. E é genial, como vai dar pra perceber caso eu escreva isso direito. Hah, como se "cruzeiro do metal" não bastasse...

Segundo, a ordem de shows dos 4 dias do 70k de 2012:


Segunda, 23 de janeiro


Terça, 24 de janeiro


Quarta, 25 de janeiro


Quinta, 26 de janeiro


Razoável, hein?

Como deu pra ver, há 3 palcos: o Chorus Line, que fica num teatro dentro do navio; o Pool Deck, que obviamente fica no deck superior, onde há a piscina; e o Spectrum, que é o menor e mais ruinzinho (porque tem o teto e o palco muito baixos, o pior som e, quando acumula mais de 3 fileiras de pessoas na frente dele, não dá pra ver a banda tocando).

Cada banda (esse ano foram 42 bandas, não 40) se apresenta duas vezes durante os 4 dias de festival, geralmente em palcos diferentes. Os shows começam perto das 10 horas da manhã e vão até umas 4h, o que torna muito difícil ver todos eles. Quer dizer, é preciso tirar um tempo pra ir jantar e almoçar, pra tentar beber em todos os bares do navio, pra dormir (por mais que sejam 2h por manhã), pra ir no karaoke (que é imperdível), pra participar do meet & greet, pra comprar camisetas e merch, pra tomar banho, e ainda pra explorar o navio, que é incrível e enorme. Isso tudo fora o tempo que leva se achar de novo quando tu se perde lá dentro indo de um palco ao outro (isso acontece bastante principalmente nos cruisers de primeira viagem; felizmente já superei essa desvantagem).



Quando as bandas não estão tocando, os integrantes estão - na maioria - assistindo outras bandas ou curtindo, bebendo em todos os bares possíveis, cantando no karaoke, explorando o navio, almoçando, jantando, tomando banho de piscina, fazendo compras nas lojinhas duty free,... Ou seja: estão fazendo as mesmas coisas que todo mundo. O que significa que, geralmente, você vai estar tomando café da manhã com o Venom, vai poder convidar o pessoal do Kamelot pra se juntar na mesa da pizzaria contigo, vai perguntar o que o George Fisher sentado do teu lado no bar tá bebendo, e por aí vai.

É, basicamente, conviver 4 dias com músicos e artistas de bandas famosas e não-tão famosas, e outros 2 mil metaleiros de 55 outros países. São poucos os músicos que se entocam nas suas cabines e evitam o contato com o público (e estes, convenhamos, não deviam ter nem aceitado tocar num cruzeiro desse tipo, se é pra ficar fugindo e sofrendo pra se esconder). A maioria das bandas entende as circunstâncias que envolvem um evento desse tipo e, se aceitam participar, é porque se dispõem a estar no meio de 2 mil metaleiros que podem ou não ser seus fãs.

Mesmo assim - e eu diria que isso é a parte mais legal desse festival - os fãs não são desesperados. Quer dizer, tenho certeza de que alguns são mais empolgados (ou bêbados) que outros, mas a grande maioria dos cruisers é um pessoal mais velho ou, pelo menos, mais maduro, e se comportam bem mesmo em relação aos ídolos com que possam vir a esbarrar nos corredores. Ir se apresentar e conversar com as bandas é normal, mas sempre envolve um mínimo de respeito e muita cordialidade de ambas as partes. Isso, sem dúvida, é genial.

Toda feliz com o George

Dá tranquilamente pra tirar fotos, conversar sobre a vida, o navio e qualquer outro assunto e depois se despedir de algum músico que você admire. Depois, quando por acaso você encontra a pessoa de novo em algum lugar, ela geralmente já sabe teu nome, te cumprimenta (várias vezes até te paga uma bebida) e conversa mais um pouco, super na boa. Se tu mostra um mínimo de respeito e é simpático, a chance de fazer amizade com as bandas que você gosta (e mesmo com aquelas que você não liga muito) é enorme.

Não sou frequentadora de outros grandes festivais (infelizmente), mas acredito que o 70K é um tipo único, que permite que essas coisas aconteçam. O clima do festival só melhora, conforme as pessoas e bandas vão se familiarizando uns com os outros, com o navio (e vão, em geral, ficando mais bêbadas). No final do 4o dia, por exemplo, sem perceber exatamente como, acabei conversando por horas no salão do karaokê, com o Alexi Laiho (COB), o Jeff Waters e o Dave Padden (Annihilator) e o Terrance Hobbs do Suffocation. E isso é normal lá. Todo mundo em determinado momento acaba em uma situação parecida naturalmente.


Pool Deck com o palco ao fundo

Só deixa eu falar dos custos rapidamente, pra depois entrar num relato mais cronológico dos shows e eventos do cruzeiro deste ano. O preço que se paga depende da cabine que você reservar. As mais baratas ficam nos decks inferiores (os que inundam primeiro caso o navio afunde, vide Titanic), são para 4 pessoas e, obviamente, esgotam primeiro quando começam as vendas. No primeiro 70K fiquei numa cabine quádrupla no deck 2 (o mais inferior). Esse ano meus colegas de quarto demoraram uma semana e pouco a mais pra confirmar a reserva (ainda na pré-venda!) e já tinha esgotado todas as cabines mais baratas. Acabamos pegando uma no deck 3. Foi pouca coisa mais cara, então até valeu a pena - é um lance de escada a menos se tu não tá com saco de esperar os elevadores. Tem também cabines triplas, duplas e individuais, e em decks mais superiores. As mais caras tem sacada ou janelas, dependendo da posição no navio.

Os preços variam bastante, mas estou supondo que todo mundo é brasileiro, miserável e não quer gastar (como eu), então só vou comentar do valor mínimo. A cabine custa, por pessoa, algo em torno de 890 dólares + 250 dólares de taxas. Ou seja, custa menos se o dólar estiver baixo. Me dei bem esse ano porque paguei a maior parte do cruzeiro ano passado, quando o dólar tava ridículo de baixo. Esse valor pode ser parcelado em 4x, sendo que se tu atrasar o pagamento de alguma parcela, paga 50 dólares de multa. Até vale a pena atrasar o pagamento se tu tá realmente sem dinheiro, já que eles aparentemente não acumulam multa por dia. Mas é bom pagar em algum momento né, porque senão eles cancelam tua reserva e ficam com teu dinheiro. Esse preço é bem em conta, na verdade. Pelo que me disseram de outros cruzeiros, isso é barato. E ainda mais porque inclui 80 shows, comida e mordomias à vontade. Só a bebida alcóolica é cobrada à parte (é claro).

Agora que deu pra entender melhor como funciona o esquema do 70K em linhas gerais, dá pra começar a falar dos shows desse ano.


A running order das bandas tá ali, e pode-se dizer que os grandes nomes do evento desse ano foram Cannibal Corpse, Edguy, Nightwish, Kamelot e Children Of Bodom. Mas isso aí já é difícil de saber ao certo, porque "grandes nomes" variam dependendo do que tu acha que são bandas mais famosas. Eu, particularmente, tava lá pra ver, acima de tudo, Cannibal e Suffocation. Annihilator, Venom, Kataklysm e Crowbar vieram felizmente de brinde pra mim. Mas no fim acabei correndo pra ver praticamente todas as bandas, nem que fosse por um tempinho, e curti muito praticamente todas. Candlemass foi uma surpresa absolutamente ótima, e me senti estúpida por não ter prestado atenção neles antes. Isso, inclusive, acontece bastante: ver bandas que só se conhece de nome ao vivo e acabar virando fã.

Êêê. Achei o Suffocation no navio :)

O primeiro dia, logo depois do embarque e da simulação de evacuação do navio (que contou com uma "demonstração de air guitar", nas palavras do capitão), foi aberto com Alestorm. Nada mais adequado, eu diria. O Spectrum ficou entupido de gente, porque não havia nenhuma outra banda tocando naquele horário e estava todo mundo alimentado, limpinho e cheio de energia pra começar a maratona de shows. Enquanto isso, o palco do deck da piscina ainda estava sendo montado... Mal sabíamos que ainda ia demorar horas e horas pra finalmente terminarem de cobrir uma das piscinas pra fazer o palco, e isso ia causar o cancelamento do show do Overkill.

O Grave Digger inaugurou o Chorus Line. O teatro é um lugar no mínimo incomum pra um show de metal: carpete no chão, mezanino, mesas e cadeiras aveludadas, lustre de cristal e espelho no teto. Mas, bom, isso foi mais genial quando Cannibal Corpse tocou lá. O show também ficou lotado porque não havia nenhuma banda tocando ao mesmo tempo. Nesse ponto eu já tava ficando nervosa. O Pool Deck não ficava pronto nunca, e a próxima banda marcada pra tocar lá era o Cannibal Corpse. Se cancelassem eu ficaria, no mínimo, com ódio. No fim, Cannibal (e os shows subsequentes) atrasaram, mas não foram cancelados. Isso fez com que mais bandas tocassem realmente simultâneamente nos 3 palcos, então todo mundo estava correndo de um lado pro outro pra conseguir ver todas as bandas que gostariam.

Coroner, Nightwish, Edguy e Massacre tocaram no teatro nesse dia, com destaque pro show do Edguy, que foi absolutamente ótimo e colocou toda a galera pra cantar junto. No Pool Deck o Cannibal Corpse finalmente subiu no palco, e foi anunciado que o show do Overkill havia sido transferido mesmo. Sou suspeita pra falar, mas o fato é que o show do Cannibal foi absurdo de foda - ainda mais pelo fato de ser no deck de um transatlântico no meio do oceano. É uma sensação indescritível ver shows assim. Essa sensação também criou um clima perfeito pra banda seguinte que se apresentou ali, o Candlemass. O show deles impressionou muita gente e, junto com o Cannibal Corpse, foi um dos destaques da primeira noite.

Eluveitie foi a última banda a tocar no palco, já pelas 4 horas da manhã, devido ao atraso no início das apresentações. Bandas consideradas menores fizeram shows um pouco mais curtos no Spectrum Lounge depois do Alestorm: Tristania, Moonsorrow, Samael, Vicious Rumors e Channel Zero.

"Tenta acompanhar"

Depois dos shows, todas as noites, acontece talvez o momento mais interessante do 70K: o karaoke. Num salão que serve também pra bailes ou festas (do tipo casa noturna) em cruzeiros "normais", é organizado um karaoke, onde músicos e fãs podem cantar praticamente qualquer coisa. Dada a quantidade absurda de álcool consumida nesse festival, é seguro dizer que as coisas que acontecem no karaoke não tem preço. Ano passado Finntroll (e mais uma galera) cantou Lady Gaga. Esse ano não dava pra esperar menos. Acabou que o Frank Mullen - ou Frank "the Tank" - do Suffocation ganhou o prêmio de performance mais genial do karaoke 2012. Duvida? Tá no Youtube. E na minha mente pra sempre. Também não vou esquecer do Alexi Laiho cantando bêbado vestido de mano, ou do Dave Padden do Annihilator não sabendo brincar (o cara canta muito, não tem nem graça). Tá tudo devidamente filmado (não por mim, mas enfim) e postado na internet, pra alegria e constrangimento de todos.

No segundo dia a maratona de shows começou cedo, com o Whiplash tocando no Pool Deck às 10 da manhã. Admito que só pipoquei de show em show porque tava esperando o Suffocation abrir os shows do Chorus Line às 3:30 da tarde. E, de novo, sem puxa-saquismo, foi um dos melhores shows da terça-feira. O moshpit foi absurdo, e a banda destruiu tocando. Nesse dia, por acaso, os "melhores shows" foram vários: Annihilator, Venom, Children Of Bodom e Dark Funeral foram meus favoritos.

Pool Deck lotado

Nesse dia também rolou o Meet & Greet, onde tu podia ir pegar autógrafos e tirar fotos com as bandas. Como, na minha cabeça, não vejo moral em pegar autógrafos, e posso tirar as fotos com as bandas que quiser ao longo dos dias no navio em momentos bem mais legais de serem registrados, abdiquei de perder meu tempo ficando na fila do M&G. Pra ir lá é preciso passar horas esperando, e isso significa perder vários shows. Na minha opinião não vale a pena, mas como nunca fui lá pra saber se é legal, então sei lá. Depende das prioridades de cada um. Não me arrependo de não ter ido.

No dia seguinte o Majesty Of The Seas (nome do nosso querido navio), ancorou nas Ilhas Cayman - mais especificamente, na Grand Cayman. Como o navio só pode se aproximar até certo ponto do porto, balsas vieram fazer o transporte de centenas de metaleiros pra pequena ilha. Junto do nosso navio haviam vários outros ancorando, e podia-se ver o choque dos cidadãos "de bem" dos outros cruzeiros ao ver milhares de pessoas vestidas de preto invadindo aquele paraíso tropical. Logo a notícia sobre o "cruzeiro do metal" se espalhou pelo porto e vizinhanças. Grande parte dos que desembarcaram pra conhecer a ilha fez algum dos passeios tradicionais de lá: nadar com arraias, fazer mergulho, etc. Outros foram visitar o vilarejo chamado Hell, por razões óbvias. Muitos outros simplesmente foram pra praia, sentaram num bar e continuaram bebendo. Alguns nem desembarcaram do navio e aproveitaram a pausa nos shows pra recuperar as horas de sono.

Praticamente meu habitat natural


As cinco da tarde todos deveríamos voltar pro navio. E, como o capitão disse, surpreendentemente todos voltamos. As 18h os shows recomeçavam e, finalmente, Overkill ia tocar no Pool Deck. O show lotou; claramente todo mundo queria ver a banda que foi prejudicada pelos problemas na montagem do palco na segunda-feira. Eles fizeram um ótimo show, e a partir daí a correria pra se deslocar de palco pra palco não parou mais. Cannibal Corpse arrasou no teatro, Annihilator no Pool Deck e o Crowbar mesmo no palco menos privilegiado do Spectrum Lounge. Nightwish também fez um show épico no deck superior, assim como Kamelot e Children Of Bodom no Chorus Line. O Kataklysm também foi épico de assistir no deck da piscina.

Na quinta-feira, último dia de cruzeiro, rolou o bellyflop contest - o concurso de barrigadas - na piscina. É sempre um momento genial e hilário, já que todo mundo faz o melhor pra tornar a experiência mais épica. Nesse dia eu finalmente tomei vergonha na cara e fui ver Amorphis. Gostei bastante, mas logo no finalzinho corri pra ver Venom de novo, que foi muito foda - de novo. Edguy e Suffocation tocaram exatamente ao mesmo tempo - provavelmente porque os organizadores pensaram que as duas bandas não poderiam ser mais diferente e, portanto, não teriam os mesmos fãs - e eu (obviamente não fazendo sentido nenhum com meu gosto musical) me ferrei e tive que escolher. Como fiz amizade com o pessoal do Suffocation (e, ah va, prefiro Suffocation), lá fui eu pro Spectrum estourar meus ouvidos ficando na primeira fila, na frente dos amplificadores. O moshpit no Spectrum nesse show, especialmente, foi absurdo (não que eu tenha participado voluntariamente dele). O navio sacudia muito, e tinha uma galera fantasiada de tubarão, vaca, um troço verde e sei lá mais o que, se estapiando no lá no meio. Foi lindo. Depois disso deu pra ver um pedaço do God Dethroned, que disse que esse seria seu último show.

Esse ano aconteceu algo muito legal durante à tarde no Bolero's Lounge (onde acontece o karaoke à noite). Um workshop de bateria, baixo e, depois, um de guitarra. O primeiro foi dado pelos caras do Stratovarius, e o de guitarra foi dado pelo - fenomenal, diga-se - Jeff Waters. O Jeff, além de humilhar a humanidade tocando guitarra, ainda é um cara extremamente simpático e, curiosamente, sóbrio. Nesses eventos os músicos demonstravam diversas técnicas e respondiam dúvidas e perguntas da galera. Pra quem toca algum instrumento, foi uma chance de ouro pra aprender algumas coisas novas.

Jeff Waters na Guitar Clinic

Depois disso ainda rolou uma surpresa: uma jam session com o pessoal de várias bandas (e fãs voluntários também) tocando vários covers. Era esperado que o Alexi do Children Of Bodom fosse fazer os vocais nisso aí, mas aparentemente ele tava muito louco pra isso, e o Dave Padden cantou no lugar dele. Ah, vou ser obrigada a puxar o saco pra sempre do baterista que tocou com o Annihilator, um guri de 23 anos que simplesmente humilha muita gente famosa que conheço. Mike Harshaw é o nome dele. Ele é tão bom que chega a ser ridículo e, aos 23 anos, espera-se que ele vá se tornar ainda melhor no futuro.

Bom, como havia dito antes, o último dia parece que é o mais divertido. Todo mundo já se acostumou e tá bem mais à vontade uns com os outros... As bandas já conhecem os fãs, alguns pelo nome, e vários já se tornaram amigos, trocaram Facebook, telefone e o caralho. É bonito de se ver. Então a reunião no karaoke nesse dia tende a render os momentos mais legais pra relembrar depois. O lugar fica lotado, todo mundo circula, e ninguém quer que a noite acabe, porque às 9h da manhã todo mundo precisa deixar do navio, e o 70K chega ao fim.
Guy (Suffocation): só sucesso

E foi exatamente assim. Resisti bravamente ao sono na companhia de amigos que fiz lá no navio: pessoas da Inglaterra, Estados Unidos, Austrália, os guitarristas do Suffocation e o baixista do Kataklysm. Às 9 da manhã a voz do nosso capitão, o norueguês Kjonso, nos acordou (isso é, aqueles que foram dormir) e, basicamente, nos expulsou do navio com as palavras: "Tenham um... maravilhoso futuro."

Fim de carreira, fim de cruzeiro: dormir é pros fracos


Devo dizer que meu futuro parece bem promissor já que, definitivamente, tá nos meus planos estar no próximo 70000 Tons Of Metal (ou no Barge To Hell, vai saber) ano que vem.


Pra saber mais e IR também: www.70000tons.com



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