sexta-feira, fevereiro 11, 2011

70000 tons of METAL again


Dia 1 - Embarcando no Majesty of the Seas - Welcome aboard 70K


Chegando no porto, pareceu que entrei na twilight zone. Porque começou a ficar difícil de acreditar no que tava rolando. Centenas, milhares de metaleiros se reunindo e embarcando num transatlântico da Royal Caribbean. Logo atras de mim estavam os caras do Sonata Artica. Bem assim, junto com todo mundo. Isso acabou se tornando uma prévia do que seria o festival… Fãs e bandas tinham pouca diferença. Os funcionários do porto estavam um pouco confusos: ninguém estava esperando esse tipo de turistas. O momento de passar pelo detector de metais foi cômico: pára tudo, tira o cinto de fivela, o colete de tacha, as correntes e, opa, mais correntes.


To Ship!

Chegando no lobby de entrada do navio, tivemos que esperar algumas horas ate poder ir pras cabines. O lugar era realmente absurdo. Difícil acreditar até agora como a Royal Caribbean arriscou enfiar mais de 2 mil metaleiros num dos seus melhores navios. Ficamos ali por algum tempo, nesse lugar chique e totalmente insólito pra um festival de metal, enquanto víamos as bandas chegando. Estávamos esperando pra poder ir pras cabines, explorando os ambientes: casinos, restaurantes, salões de festa, salas, bares… 

Quando finalmente desci pra cabine, no deck 3 (deck de pobre, porque era no nível Leonardo di Caprio em Titanic, ou seja, o primeiro a inundar em caso de merda, bem lá em baixo) larguei as coisas, e fui pro pool deck andar pelo navio. A essa altura eles estavam fazendo algo que dificilmente eu conseguiria conceber na minha cabeça antes desse festival: estavam montando um puta palco em cima de uma das piscinas do navio. Ali era onde seriam feitos alguns dos shows principais. Incrível. 

O deck estava cheio de gente que, tenho certeza, também não acreditava muito no que tava acontecendo. Comecei a reparar na multidão vestindo preto que tava ali. Acho que, pela primeira vez na vida, vi groupies. E por groupies eu quero dizer as DE VERDADE. Coisa original: 30 ou 40 anos (algumas mais talvez, vai saber), claramente com décadas de expertise em foder rockstars. Tudo acontecendo ali, in loco. Quase o Discovery Channel.  

Uma coisa assim, CHIQUEEEERRIMA...

Ainda assim, no geral, aquilo era um navio cheio de homens. Tinha muito pouca mulher, de fato. No geral pode-se dizer com certeza que a Royal Caribbean nunca fez um cruzeiro com tanto cabelo na história.




Ficamos explorando e bebendo no navio à tarde inteira, já que os shows estavam marcados pra começar só às 7pm (e atrasaram porque a saída do porto atrasou 1h). Talvez por causa da montagem do palco da piscina, ou talvez esperando os metaleiros passarem no detector de metal... Bom, nesse meio tempo encontrei meus cabin mates: o Tim, australiano e a Amilia, americana, e logo depois soou uma voz nos auto-falantes do navio que disse, entre outras coisas: "Hello, this is your capitain, Welcome aboard the Majesty of the Seas" Lindo, não?

O capitão informou que teríamos que fazer a simulação de emergência. Ou seja, simular o abandon ship e tal em caso de iceberg, digo… alguma tragédia. Até isso foi divertido. No final da simulação só deu todo mundo gritando, depois que o capitão finalmente nos disse : "bem vindos à bordo!".   

Cada coisa ali era novidade. Eu nunca tinha viajado de navio, mal havia entrado em um pra visitar. No máximo passei uma tarde andando de lancha. E aquilo era um transatlântico enorme. Quando vi, a terra estava se mexendo, aquele baita navio estava saindo pro mar. Estávamos, finalmente zarpando sobre 70 mil toneladas de metal. Fo-da.

Segue a lista das bandas do primeiro dia:

Running Order - Dia 1



Vi todas as bandas que pude, o que me forçou a ficar correndo de um lado pro outro. Comecei pelo Exodus, é claro. Já tinha topado com o vocal no navio, e fui lá conferir o show. O primeiro show deles foi no palco principal, que fica num teatro muito chique, com um lustre de cristal, carpetes vermelhos e poltronas estofadas. Totalmente o oposto do ambiente que se espera pra um show do Exodus. Claro que ninguém se intimidou, e tudo virou um moshpit enorme em seguntos… Foi genial.


O lustre do Titanic ali...


EXODUS


Acabando o Exodus, um êxodo de gente - ahá - saiu migrando rumo ao pool deck no 11o andar do navio pra ver Nevermore. Vi e confesso que achei meio fraco; o cara desafinou algumas vezes… Mas bom, coitado, ele tava num navio sacudindo e com vento na orelha. Talvez se justifique, vai saber. Eles são legais e simpáticos, pelo menos. Fui conhecer ele e a baixista depois. Gosto muito de algumas músicas, mas o show foi meio parado (se é que isso pode acontecer num navio em movimento). Saí um pouco antes do final e corri tropegamente pra pegar uma parte do Destruction, e logo depois fui pro Gamma Ray. Foi ótimo, com a galera cantando junto e tudo mais. À essas alturas eu já estava um pouco alcoolizada, confesso, e minhas lembranças começaram a ficar um pouco turvas.



Nevermore


Depois sei que fui ver Sonata Artica, abrindo mao do primeiro show do Marduk. Tava engraçado ver o CACO (Muppets, não posso evitar) perder o equilíbrio com o movimento do barco. Muito legal e tudo, mas me desculpem: depois tinha BLIND GUARDIAN e eu não conseguia pensar em outra coisa.


Sonata Artica...



Blind Guardian

BLIND GUARDIAN foi lindo, memorável, épico, me deixou com lágrimas nos olhos. Muita gente diz que o outro show deles foi melhor porque o Kai Hansen e o John Schaffer (Iced Earth) subiram no palco e cantaram juntos no final. Porém acho que os dois tavam tão bêbados nesse outro dia que não conseguiram acompanhar direito a música. Mas vai saber. De qualquer forma, Bard's Song, Valhalla e TUDO foram lindas. 




Nesse ponto eu já tava passando mal de fome e fui procurar algo pra comer. Pizza 24h no navio? Vamo nessa. E aí infelizmente peguei o show do Fear Factory na metade, no palco da piscina. Decidi que precisava ver o show inteiro na próxima vez que eles tocassem.



Uma dose de Unleashed e depois veio Finntroll. Foi bem legal, e tinha aquela galera louca do folk metal com a cara pintada, de saia e o caralho. Apesar de não ser das minhas bandas favoritas, foi legal até porque os caras do Finntroll são muito gente fina. Eles ficaram o tempo todo interagindo com o pessoal. Malevolent Creation tocou também, e só vi um pedaco, porque logo voltei pro pool deck pra fazer alguns novos amigos.

Finntroll


Em algum ponto da madrugada, eu e a Laura acabamos na piscina. Mergulhando, tivemos aquela decepção que viria a ocorrer inúmeras vezes durante a viagem… A piscina era de àgua salgada. Sacanagem. Cada vez que eu (e, pelos relatos, todo mundo) saía da água, dava uma volta e ia pra piscina de novo, esquecia que era de àgua salgada e tinha o choque da descoberta todo de novo. Frustrante.

Frio é coisa de mulherzinha.


Resumo do primeiro dia: bebi além do considerado saudável, achei que tava ficando com labirintite por causa do navio e, bom, curti como nunca.

domingo, janeiro 30, 2011

70000 tons of METAL



70.000 TONS OF METAL

Jan, 24 to Jan, 28 2011




Eu fui.

E voltei.

E digo:

Memorável.


E genial. Absolutamente genial. O cidadão que concebeu juntar um cruzeiro chiquérrimo com 40 bandas de metal num festival de 4 dias, e ainda colocar essa idéia em prática merece um beijo bem no meio da BUNDA.

Acredito que nenhum outro festival se compare a esse: Passar 5 dias e 4 noites num navio de cruzeiro com tudo incluso (comida, serviço, conforto, programação), curtindo com pessoas de todos os cantos do mundo e com as bandas junto é uma experiência incomparável.

Comprei minha camiseta de "70K survivor", mas admito que quase não sobrevivi. Mal dormi, bebi descontroladamente, bati cabeça tanto quando me foi fisicamente possível e, em suma, curti pracaralho. E acho vou guardar algumas sequelas... Mas vou começar a contar desde o começo, se é que vou conseguir lembrar direito de tudo.


Day 0 - Arrival in Miami, Meeting Laura - The fancy hotel


Depois do meu vôo descolado e malandro na Virgin Airways, cheguei em Fort Lauderdale e peguei um shuttle bus pra Miami. Obviamente, algo surreal tava acontecendo na região de Miami… No ônibus estavam dois caras da Virginia que iam no 70k também. Chegando em Miami, o motorista passou pelo Aeroporto Internacional de Miami… Zilhares  de metaleiros chegando em massa. No caminho do hotel, próximo ao porto, mais centenas de pessoas de preto andando a esmo pela praia. Comecei a sentir a tensao do 70k.. Ia ser lindo.

Quando o shuttle parou na frente do hotel pro qual a minha amiga Laura tinha me dado o endereco, achei que era sacanagem. No shit. O hotel chegava a ser engracado de tão chique. Fica na beira do mar, do lado do porto… A sacada do quarto dá pra uma marina cheia de barcos, de onde se pode ver os transatlânticos ancorados. Chegando lá encontrei a Laura e o pai dela, que é o pai mais gente fina da vida, genial. Deu pra ver a quem a Laura puxou pra não ter bad nunca. Tomei um banho e fui com eles pra Bayside, um centrinho que tem na beira do mar. Lá tava atolado de gente dancando Thalia (e, óbvio, tinha uns quantos metaleiros também). Bebemos umas cervejas e fomos jantar no Hooters!


Banha Hooters Hot Wings do amor


Tava na expectativa das tais gurias epicamente gostosas me servindo um balde de frango frito gorduroso com peitões enormes e um shortinho. Mas as que trabalhavam lá não eram grande coisa. A maioria, na verdade, era bem escrota, ou tinha aquelas barriga-pochete... Decepção. Pelo menos a garçonete que atendeu nossa mesa era uma das mais gracinhas. Mas fazer o quê. Pelo menos as asas de frango continuavam sendo gordurosas, e a cerveja continuava sendo... bem: cerveja.




Aí, depois de um prato de wings, eu e a Laura fomos pra PRE APOCALYPTIC PARTY do 70K. Era num beco qualquer (e por isso muito do caralho), e estava lotada de pessoas que iam no cruzeiro, no dia seguinte. Várias bandas locais estavam tocando. Foi aí a idéia do que seria o festival começou a aparecer. Em resumo, eu via: muito cabelo, muita barba, pouca mulher e muita, mas muita cerveja.

Bom. Devidamente, bebi. Conheci uma guria chamada Mari, uma brasileira que mora na Finlândia muito louca, meio hiperativa demais, e cujos peitos chegam a ser assustadores de tão grandes. Conheci também os cabin mates dela, dois brasileiros, o Jone e o Lele. Aparentemente, eu e a Laura não seríamos as únicas representantes do Brasil no cruzeiro (e não fomos).


Laura, Mari e na pre-party em Miami


Voltamos pro hotel na madrugada, bem "alegres". Dormimos por algumas horas. No dia seguinte, às 12h começava o embarque no MAJESTY OF THE SEAS (olha só, até o nome do navio é do caralho). Quando acordamos e olhamos pela sacada vimos o barco de longe. Era de verdade o cruise ship, gente. E não era qualquer porcaria. Eles realmente iam encher um navio de cruzeiro de primeira linha com 2 mil metaleiros. Socorro.


Eu e a Lawra em ritimo de festa


Parei por aqui. Mas continua...